segunda-feira, 28 de junho de 2010

A CAMISA BRANCA E O CARVÃO


O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés
no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal fazer
alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma
conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu
pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta, calmamente, o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito.
Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma
pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está
secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é
um mau pensamento seu, endereçado a ele. Quero que você jogue todo o
carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para
ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos
à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços
acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai que espiava
tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de
carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela
brincadeira, e carinhosamente lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa. O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo.
Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos de tão sujo que estava de carvão. O pai, então, lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para
você. O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.

Mateus 18:21-22 "Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos."
No dia a dia, ficamos muitas vezes irados com as pessoas que nos ferem, e o rancor humano faz com que tenhamos raiva ou ódio de nossos semelhantes que pecaram contra nós, mas como este pequeno conto tão bem ilustra, o ódio traz mais conseqüências e marcas em quem odeia, do que em quem é odiado, ouse perdoar a quem te machucou, ouse perdoar a seu semelhante, mesmo que ele não mereça, no final quem sairá ganhando com certeza será você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário